sábado, 22 de setembro de 2012

Roda Viva realiza projeto de capacitação musical


EDUCAÇÃO MUSICAL E CAPACITAÇÃO CORAL

Se você deseja aprender a arte da música coral e soltar a sua voz pelos palcos do mundo, a Associação Artística e Cultural Madrigal Roda Viva está promovendo, em parceria com o Ministério da Cultura e a Fundação Nacional de Arte – FUNART, através do Projeto Mais Cultura o Curso de “EDUCAÇÃO MUSICAL E CAPACITAÇÃO CORAL”.

As aulas serão ministradas aos sábados, às 14:00 horas e terão início em breve.

Para mais informações entre em contato com os cantores do Madrigal Roda Viva ou fale com seu Diretor Artístico, Maestro Geraldo Vasconcelos através dos telefones 3721-1396 - 8579-1396 ou pelos E-mails madrigalrodaviva@yahoo.com.br e rodavivamadrigal@yahoo.com.br

foto:Lucas Vasconcelos 
Praça da Assembléia - Quatro cantos coral na Praça
As vagas são limitadas e, se necessário, entre outros critérios de seleção, os candidatos serão avaliados pela aptidão artística, nível de interesse - avaliado em entrevista - e condição sócio econômica como critério de desempate.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Inglaterra se torna referência em projetos de educação musical


 
Pouco antes do início do concerto, a fila que começa na porta do Royal Albert Hall corta a praça em direção ao...
 

Divulgação

"Festival ocupa durante oito semanas anuais o Royal Albert Hall"

Pouco antes do início do concerto, a fila que começa na porta do Royal Albert Hall corta a praça em direção ao Royal College of Music, misturando-se a um grupo que, num fim de tarde de sol em Londres, chega de uma caminhada pela região central da cidade, embalada pela obra do compositor John Cage.

Enquanto isso, a dezenas de estações de metrô de distância, a melancolia do jardim de uma antiga igreja é interrompida pelo movimento de jovens músicos e pelo som frenético de violinos - em meio aos quais uma flauta solitária improvisa um solo de Mozart.

Cruzando o país em direção ao extremo norte, em um prédio desenhado pelo arquiteto Norman Foster, uma moderna construção à beira do Rio Tyne, um grupo da terceira idade que prepara um espetáculo com canções londrinas do século 19 divide o espaço com crianças ainda de fraldas, atentas à contação de histórias.

Os cenários e personagens - o Proms Festival, a Sinfônica de Londres e o conservatório Sage Gateshead - são diferentes, mas o enredo de suas histórias é o mesmo: como fazer da música um instrumento de transformação e, ao mesmo tempo, conquistar um novo público para os clássicos? Cada um, dentro de seu campo de atividade, oferece uma resposta - e faz da Inglaterra centro de referência europeia no que diz respeito a iniciativas de formação musical.

Realizado desde o século 19, o Proms ocupa o Royal Albert Hall durante oito semanas do verão, com concertos diários. Na edição de 2011, teve um público de 300 mil pessoas, sem contar as transmissões via BBC de todas as apresentações - em 2011, o recorde foi 18,5 milhões de ouvintes em um só concerto (a edição deste ano termina no dia 8). Roger Wright, diretor-geral do evento, é direto ao definir a proposta: levar música clássica de qualidade ao maior número de pessoas possível. "Mas seria ingênuo achar que basta programar concertos", diz ele, explicando que há cerca de uma década o Proms resolveu investir em um programa educacional que hoje se espalha por toda a Inglaterra.

Já a Sinfônica de Londres, que ocupa com sua temporada o Barbican Center, foi criada em 1904 e é um dos principais conjuntos europeus, realizando 72 programas diferentes ao ano e embarcando em frequentes turnês pela Europa e pelos Estados Unidos. Na última década, porém, tem realizado uma revolução fora do palco. Criou um selo próprio e, de olho nas novas tecnologias, reinventou-se na busca por um público mais amplo; ocupou e restaurou uma igreja abandonada em uma região menos favorecida da capital inglesa e lá instalou um projeto educacional de referência, que contempla desde a formação de plateia até a revelação de novos talentos.

O prédio que abriga o Sage foi inaugurado em 2004, mas os projetos que hoje ocupam a construção em uma antiga zona industrial de Gateshead remetem ao fim dos anos 90 - e incluem desde trabalhos com a música popular até a atividade de uma orquestra residente, a Northern Sinfonia, passando por iniciativas de convivência e formação musical que abrangem desde crianças ainda na barriga de suas mães até a terceira idade. Mais: acaba de ser selecionado pelo governo para participar do desenvolvimento de um projeto nos moldes do Sistema Venezuelano, que revelou ao mundo talentos como o maestro Gustavo Dudamel.

Visitar os três projetos é se deparar com uma crença comum - nos dias de hoje, a performance em si deve ser apenas um aspecto de qualquer trabalho com a música. "Uma orquestra já não é mais só uma orquestra", diz Caro Barnfield, chefe do Centro para Projetos Orquestrais da Sinfônica de Londres. "A música não é a única maneira de estabelecer um projeto com base na educação e na preocupação social, poderíamos fazer o mesmo com os esportes. Mas a arte é uma excelente 'cola' social - e então temos de encontrar os mecanismos ideais para fazer isso acontecer", diz Ed Milner, responsável pelo departamento de educação infantil do Sage.

"A questão é: por que eu tenho de ouvir uma orquestra tocar? Ninguém ganha nada se você tenta simplesmente enfiar a música goela abaixo das pessoas. Há um outro caminho, mais difícil e também mais eficaz: conectar-se às pessoas de modo que elas façam da música algo importante no cotidiano, que ela interfira na maneira como as pessoas se relacionam, se comunicam", afirma a diretora de marketing da Sinfônica de Londres, Karen Cardy. "No Proms, a palavra chave é participação.

Oferecemos ingressos, realizamos excursões para o Royal Albert Hall, mas isso não é suficiente. A relação com a música, com a arte, não pode ser passiva, não pode se basear na simples contemplação. Ouvir pode e deve ser um ato de criação", complementa Ellara Wakely, diretora de projetos educacionais do Proms e da Sinfônica da BBC.

Nesse processo, chama a atenção um aspecto em particular - ainda que o trabalho com os jovens seja, na maior parte das vezes, o foco principal, ele se dá em conjunto com a preocupação de envolver toda a família em iniciativas que se espalham pelas comunidades. "No Sage, a preocupação de trabalhar com pessoas de todas as idades vem da certeza de que a convivência é fundamental", diz Wendy Smith, uma das chefes do departamento de educação do Sage. "Qual o sentido de um prédio como este se ele não se transformar em um ponto de encontro entre as pessoas?", completa. "Quando começamos a trabalhar em um projeto de formação, observamos as atividades musicais que já existiam em algumas comunidades por toda a Inglaterra. O que fizemos foi profissionalizar a metodologia, ajudar a dar foco. E nos demos conta de que a presença da família era fundamental, daí iniciativas como a Orquestra e o Coro Familiar do Proms, das quais qualquer um pode fazer parte, entrando em oficinas que culminam em um concerto", diz Ellara Wakely.

A ideia de família, para a Sinfônica de Londres, pode ser ampliada para a comunidade. "Começamos a olhar para nós mesmos e perguntar: quem somos? Cada membro da orquestra tem uma origem distinta, uma história de vida. Sejamos honestos. Não podemos impor a música clássica. Assim, transformamos cada um de nossos funcionários em agentes do grupo. São eles que voltam a suas comunidades, às vezes menos favorecidas, e trazem as pessoas de lá para esta parte de suas vidas. A ideia é simples: se meu vizinho trabalha em uma orquestra e gosta de assistir a um concerto, por que eu não posso fazer o mesmo?", afirma Karen Cardy.

NÚMEROS

300 mil pessoas compareceram aos concertos do Proms em 2011

8 mil famílias participam do Family Program da Sinfônica de Londres

40 conjuntos corais atuam no norte da Inglaterra em projetos ligados ao Sage Gateshead

sábado, 1 de setembro de 2012

Eventos apoiados pela Fundação Casa de Cultura são destaques na Semana da Consciência Negra


20 de novembro de 2009


A Semana da Consciência Negra em João Monlevade terá programação especial em vários pontos da cidade. Durante toda a semana a Associação Navio Negreiro (Anan), grupo cultural Fazendo Arte e Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos realizaram diversas atividades no salão da entidade.
Nesta sexta-feira, 20 se apresentam a partir das 20 horas, os grupos Sambaê, McBob Tury, Chocolate, Pit Bull e Fora De Controle mirim (FDC). Haverá exposição de grafite do artista plástico “Pantera”. A entrada é franca. Também nesta sexta-feira, 20, a Paróquia São Luis Maria de Monfort realiza uma missa afro a partir das 19 horas na igreja do bairro Cruzeiro Celeste.
No mesmo dia, a Escola Estadual Manoel Loureiro promove um concurso de beleza negra a partir das 19 horas. O diretor da Fundação Casa de Cultura, Luciano Roza será um dos jurados do concurso.
Neste sábado, 21, com entrada franca, haverá o Encontro de Corais Mineiros promovido pelo Coral Arte das Artes no Teatro Antônio Gonçalves (Centro Educacional de João Monlevade) às 19h30. A programação faz parte das comemorações do cinqüentenário da Paróquia Nossa Senhora da Conceição e do Dia Nacional da Consciência Negra. Haverá as participações dos corais da ArcelorMittal Monlevade, Família Querubins, Música e Companhia (Barão de Cocais), Canto Livre (Contagem) e Madrigal Roda Viva (Conselheiro Lafaiete).
Para o diretor da Fundação Casa de Cultura, Luciano Roza, um dos compromissos da Administração é apoiar a diversidade cultural que existe na cidade. Segundo o presidente da Associação Navio Negreiro, Agostinho Stanislau Gonzaga, a semana é dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira e relembra ainda o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, símbolo da resistência do negro à escravidão. “Não devemos esquecer como morreu Zumbi, porque todos os dias e todos os meses é tempo de lutar como ele lutou”, comenta.

Articulação e Clareza do Som

 
Cantar é um elemento da articulação. As palavras da música devem ser muito claras e objetivas, para causar um processo de ação e reação imediata. Para que isto aconteça, deve-se levar em conta dois processos:
  • Articulação: processo pelo qual os órgãos da fala moldam o som vocal em sons reconhecíveis da fala.
  • Interpretação: processo pelo qual se carrega o espírito ou significado da música através do modo como se executa.
O primeiro passo para uma boa interpretação é o domínio de uma boa articulação. Tanto no canto, quanto na fala (a muitas pessoas), os movimentos articulares devem ser mais acentuados do que na conversação usual.
Os elementos na figura acima estão intimamente envolvidos no que se refere à articulação e clareza do som. Qualquer alteração no funcionamento deles irá interferir no som emitido.

Lábios
Há pessoas que possuem um problema de excessiva tensão labial, o que impede a boa mobilidade e flexibilidade. Por outro lado, existem pessoas que possuem um tônus labial baixo, ou seja, flácido.
A posição ideal para os lábios, é aquela que ajuda o rosto a Ter uma expressão agradável, feliz. Deve-se evitar puxá-los exageradamente para os cantos ou para frente quando se estiver cantando ou falando, pois isto pode modificar a qualidade sonora.
Para aqueles com problema de tensão ou flacidez labial, existe um procedimento muito simples e bastante eficaz, sugerido pelo fisioterapeuta e fonoaudiólogo Noélio Duarte. Primeiramente, deve-se visualizar a boca e seus pontos-chave:
Quem tem excessiva tensão, deve relaxar os lábios, apertando com o indicador e o polegar nos pontos indicados acima, seguindo a ordem numérica referida. Deve apertar cada ponto com firmeza, no entanto, sem exageros, durante 5 a 10 segundos. Pode ser incômodo, mas, ao final, os resultados vão valer à pena.
Já quem tem lábios flácidos, precisa de tonificação. O procedimento é o mesmo, só que ao invés de apertar demoradamente, dá-se ligeiros apertões (apertando e soltando imediatamente) no mesmo sentido numérico do esquema. Estas pessoas também podem fazer exercícios do "i" ou do "u", torcendo a boca para um lado e para o outro.
De um modo em geral, neste exercício das vogais, pode-se utilizar o "p" e o "b" para treino labial, pois estas consoantes são totalmente dependentes dos lábios.

Língua
A língua é o principal órgão da articulação, pois interfere na formação das vogais e consoantes. Em média, a língua trabalha numa velocidade de 370 movimentos por minuto.
Cerca de 90% dos problemas que envolvem a língua são de tensão. Isso causa o ressecamento da boca pela retração constante da língua. Este posicionamento não estimula muito a produção de saliva em termos fisiológicos, e também interfere consideravelmente na emissão do som, por razões explicadas mais adiante quando falarmos da faringe.
Existem, também, aqueles que precisam tonificar a língua, sendo caracterizados pelo acúmulo excessivo de saliva.
A língua deve permanecer numa determinada posição, chamada de "posição de repouso", ao longo do "assoalho" da boca tocando os dentes inferiores. Veja os seguintesexercícios de relaxamento.
- colocar a língua um pouco para fora da boca e morder levemente a pontinha da língua
- pressionar a língua fortemente contra os dentes fechados por 5 segundos;
Em seguida, deve-se associar os dois exercícios lentamente. Alguns problemas da pronúncia do "S" podem ser resolvidos com a colocação da língua na posição de repouso.

Maxilar
A tensão é um grande fator limitante da boa atuação dos maxilares. Pode-se perceber a tensão existente ao se fechar os dentes e engolir a saliva. Quando se canta de boca fechada ocorre isto. Por isso, aparecem dores após o ensaio ou apresentação, ou mesmo após a fala.
O maxilar interfere nos músculos da face, modificando o poder de contração. Portanto, deve-se relaxar esses músculos, facilitando a abertura e a flexibilidade da boca e liberando os músculos da garganta.
Nunca se deve usar posições forçadas, tais como empurrar o maxilar para frente, puxá-lo para trás ou trancá-lo numa posição. A sonoridade vai depender, em parte, da abertura que for dada ao maxilar. Em relação à tensão ao maxilar inferior, pode-se realizar alguns exercícios, lembrando que devem ter maior cuidado ao realizá-los aqueles com tendência à luxação do maxilar.
1. Lateralização
Abrindo a boca e movimentando o maxilar para a direita e para a esquerda.
2. Abertura total
Abrindo bem a boca por alguns segundos.
3. Projeção anterior
Com a língua na posição de repouso, projetando-se o maxilar para a frente, permanecendo assim por alguns segundos.
4. Projeção posterior
Com a ajuda de um dedo, fazendo-se um recuo do maxilar por alguns segundos.

Faringe
A faringe tem a função de ampliar o som, e embora não seja essencial para a articulação, está intimamente ligada à posição assumida pela língua. Seu melhor desempenho dependerá do comportamento da língua.
A ampliação do som será tanto melhor quanto melhor for o espaço que o som puder ocupar dentro da boca.
Como se pode ver neste esquema, a voz terá uma melhor ampliação na posição 1, a qual tem o dobro do tamanho da posição 2. Deve-se notar como o hábito tão comum da posição 3 diminui consideravelmente o espaço para a ampliação da voz.
Existem exercícios que facilitam a aquisição do hábito da posição 1:
- sabe-se que ao se fazer o movimento de engolir, a língua inicialmente sobe e em seguida, sua parte posterior desce. Então, com o dedo indicador e o polegar em cada extremo do maxilar inferior, faz-se o movimento de engolir. Quando a parte posterior da língua estiver descendo, mantém-se uma pressão para baixo, forçando os dedos, sem esquecer que a ponta da língua deve estar no padrão de repouso.
- pode-se escolher um tom médio, e com as vogais "a", "o", e "u" as pessoas podem cantar variando 0 padrão de língua na posição 2 (representado pela vogal em minúsculo) e posição 1 (representada pela vogal em maiúsculo).

Palato
O palato se divide em 2 partes: o palato duro (céu da boca) e o palato mole (úvula, conhecida como campainha).
O palato duro está envolvido com a projeção da voz, e o palato mole com a formação de sons orais e nasais.
O som, na verdade, é formado por ondas. As ondas só se propagam em linha reta, daí a importância do palato duro aliado a uma boa postura da cabeça:
Sabe-se que as narinas são responsáveis pela ressonância nasal. Porém, o som nasal só será emitido com a "permissão" do palato mole (a úvula).

Sons nasais


Sons orais
Para emitir esses sons nasais, a úvula desce. Caso suba, os sons emitidos serão orais.
O excesso ou a falta de nasalidade podem representar sérios problemas de voz, afastando-se da normalidade e modificando o som original que deveria ser produzido.
A origem dos problemas pode estar no hábito de colocação errada da voz, até problemas mais sérios, como tumores, sinusite, adenóide e excesso de muco.
extraido de :

Como é Produzida a Voz Humana


 

A produção do som depende, basicamente, de ar e da laringe, onde estão as cordas vocais. A laringe é composta por três anéis de cartilagem. Dentro destes anéis, estão as cordas vocais, que são pequenos músculos com grande poder de contração/extensão. São classificadas em verdadeiras e falsas. As verdadeiras (com cerca de 1 cm nos homens e até 1,5 nas mulheres) estão na parte inferior da laringe e as falsas na parte superior. O som da voz normal é produzido pelas verdadeiras e o falsete pelas falsas [*].


Durante a respiração, as cordas vocais permanecem abertas, enquanto que para a produção de som elas se fecham, e o ar faz pressão, causando uma vibração que produz o som.


Laringe: Cordas Vocais em movimento (vista transversal)



[*] Nota dos editores do Música Sacra e Adoração:

Estudos mais recentes e aprofundados acerca do fenômeno da emissão vocal demonstram que o falsete é produzido por estiramento das pregas vocais em seguida à inclinação da cartilagem tireóidea, que gera vibração por justaposição das pregas ao invés de por batimento.

O músculo TA (tireoaritenoideo), é o músculo da prega vocal. Para conseguirmos colocar a voz em falsete, por este som ser muito agudo, as pregas vocais devem ficar hiperalongadas e quem faz esse alongamento é outro músculo, chamado CT (cricotireoideo), que se contrai alongando o músculo vocal (TA). Assim, o CT não é o músculo que dá o som agudo (e agudíssimo), mas ele é fundamental para que este som aconteça

extraido de http://www.musicaeadoracao.com.br/tecnicos/tecnica_vocal/curso_fisiologia/curso_fisiologia_02.htm
 

Aparelho Fonador

O aparelho fonador é formado por 2 aparelhos e tem a função de produzir sons - voz cantada e voz falada. Nestes quadros, o aparelho fonador está esquematizado de forma bastante resumida.

APARELHO DIGESTIVO
Órgão Função Biológica Função Fonatória
Lábios Contém os alimentos na boca Articulação de sons bilabiais (B,P,M) e labiodentais (F,V)
Dentes Tritura os alimentos Escoamento do som
Língua Joga o alimento para o esôfago Participa de todos os sons produzidos
Palato duro (céu da boca) Suporte da língua Projeção da voz
Faringe Direciona o ar para os pulmões, e os alimentos para o esôfago Caixa de ressonância
APARELHO RESPIRATÓRIO
Órgão Função Biológica Função Fonatória
Cavidades Nasais Filtrar, aquecer e umidificar o ar Vibração e amortização do som - ressonância nasal
Faringe Via de passagem do ar Amplia os sons - caixa de ressonância
Laringe Via de passagem do ar Vibrador - contém as cordas vocais
Traquéia Via de passagem do ar - defesa a via aérea Suporte para vibração das cordas vocais
Pulmões Trocas gasosas e respiração vital Fole e reservatório de ar para vibrar as cordas vocais
Musculatura respiratória Desencadeia o processo respiratório Produção de pressão no ar que sai
O aparelho fonador é dividido em 5 partes
Parte Componentes Função
Produtores Pulmões, músculos abdominais, diafragma, músculos intercostais, músculos extensores da coluna Produzem a coluna de ar que pressiona a laringe, produzindo som nas cordas vocais
Vibrador Laringe Produz som fundamental
Ressonadores Cavidade nasal, faringe, boca Ampliam o som
Articulador Lábios, língua, palato mole, palato duro, mandíbula Articulam e dão sentido ao som, transformando sons em orais e nasais
Sensor / Coordenador Ouvido - capta, localiza e conduz o som; cérebro - analisa, registra e arquiva o som Captam, selecionam e interpretam o som

Canto/Postura corporal

Dicas Para o Vocalista - Postura, Percepção e Respiração

Jordan Augusto


Introdução

O canto é composto por várias partes: Respiração, articulação, percepção, técnica e interpretação. Antes de entrarmos detalhadamente em cada uma delas, vamos a algumas considerações gerais que são importantes e também fazem parte do ato de cantar:

POSTURA CORPORAL

Temos que sempre ter em mente que quando cantamos estamos utilizando um instrumento musical um pouco mais complexo que os demais: nosso corpo. Você nunca obterá grandes resultados se desconsiderar este fato, pois o mecanismo do ato de cantar está intimamente ligado a diversas partes do corpo, e uma desarmonia em alguma dessas partes prejudica consideravelmente sue rendimento como um todo.

Preste atenção no dia-a-dia e veja que nossa voz não mantém uma constância, ela se altera de acordo com situações e circunstâncias que vivemos, principalmente relacionadas as emoções. Portanto as considerações feitas a respeito da parte física do nosso corpo são também reflexo de uma tentativa de harmonizar as emoções e ansiedades que sentimos, fruto de uma rotina estressante, carregada de responsabilidades, compromissos e obrigações.

A postura corporal é muito importante neste ponto, pois quando cantamos precisamos sentir segurança, apoio, que não vêm, desta vez, de fontes externas, como um diploma ou uma conta bancária farta, e sim do nosso próprio corpo. Distribuindo o peso do nosso corpo entre os dois pés, observando em seguida um encaixe perfeito da cintura pélvica (quadril), em equilíbrio com os ombros e mantendo um ângulo de 90 graus para o queixo, podemos aproximar-nos de uma figura em equilíbrio. Mantenha ainda os joelhos levemente flexionados, e tenha certeza que a velha postura militar de peito para frente, barriga para dentro, joelhos para trás e calcanhares afundados no chão é extremamente desconfortável, falsa e prejudicial à saúde, pelas altas tensões musculares proporcionadas.

O PESCOÇO

A postura do pescoço está determinada pelos pés, joelhos, eixo corporal e pelo equilíbrio da cintura com os ombros. O pescoço necessita estar alinhado com a coluna, sem estar caído para a frente e muito menos para trás, mas sim perfeitamente equilibrado dentro do eixo corporal. Se o pescoço estiver alongado para cima, o trato laríngeo também estará alongado, passando a trabalhar em condições precárias; se estiver enterrado no peito, igualmente o trato vocal se vê aprisionado e sem possibilidade de realizar seus movimentos específicos.

ARTICULAÇÕES

Se as articulações estiverem muito tensas, no máximo de seu estiramento, é bem provável que o cantor tenha problemas na emissão das palavras e na produção da voz, portanto o relaxamento das articulações e músculos é fundamental estar presente na rotina de nossa vida.

RELAXAMENTO

A produção sonora do ser humano está ligada organicamente como um todo; desde a postura corporal ao funcionamento íntimo de órgãos e sistemas biológicos, ao desempenho do padrão de pensamento de cada um, ao tipo de cultura que envolve o indivíduo, bem como o seu potencial econômico, enfim, todos esses fatores estão envolvidos no ato da fala.

Um indivíduo tenso está sempre muito próximo dos problemas da voz. As tensões musculares são responsáveis por dificuldades respiratórias, articulatórias e demais envolvimentos da produção da voz e da fala. Existem vários tipos de relaxamento, dependendo do nível de tensão que podemos estar sofrendo, e em se tratando de corpo e emoções é recomendável que se cuide de cada caso individualmente.

Um tipo de exercício que pode ser feito independente de análise é a soltura das articulações com movimentos giratórios lentos, indo do pescoço, ombros, braços até a cintura, joelhos e tornozelos. A energia psíquica flui melhor por um corpo relaxado, facilitando o contato com as emoções e a comunicação do cantor com o público.

RESPIRAÇÃO

A respiração é a base de toda a técnica de canto. A ela estão diretamente ligadas a afinação, colocação e volume da voz e resistência do cantor. Vejamos como funciona:

AQUECIMENTO

O ar, ao entrar no nariz, sofre um processo de aquecimento em virtude de uma grande concentração de vasos sangüíneos ali localizados e que se modificam segundo a alteração climática externa. Os vasos sangüíneos que irrigam a região contraem-se, segurando a circulação sangüínea por mais tempo quando a temperatura ambiente está baixa, dando a sensação que o nariz ficou gordo por dentro.

Com este procedimento, a cavidade nasal fica muito mais aquecida, como uma estufa que vai favorecendo assim o ar que, na sua passagem pelo nariz, vai recebendo o aquecimento necessário ao bom funcionamento orgânico. No entanto, se o dia estiver quente, os vasos sangüíneos permitem uma circulação mais ativa, como se o nariz estivesse muito amplo.

Essa regulagem calórica trabalha muito a favor do cantor, que só deve permitira entrada buco-nasal do ar em ambientes cobertos. Quando estiver ao ar livre, a entrada de ar deve ser feita pelo nariz, principalmente se estiver frio, evitando sempre que possível, que o ar gelado perturbe a mucosa da faringe ou mesmo da laringe, de onde poderia advir uma rouquidão indesejada.

FARINGE

É um tubo músculo membranoso que se inicia na base do crânio e segue até a Sexta vértebra cervical, onde tem continuidade com o esôfago e com a laringe, ocorrendo neste ponto o cruzamento dos sistemas digestivo e respiratório.

LARINGE E CORDAS VOCAIS

A laringe abre-se na base da língua. Situa-se na parte mediana do pescoço, comunicando-se com a traquéia na parte inferior e com a faringe na parte superior. Na laringe encontramos as cordas vocais, responsáveis pela produção do som. O treino da técnica vocal (vocalizes) irá atuar nas cordas vocais como exercícios de alongamento, fazendo elas irem de sua posição dilatada (sons graves) para a alongada (sons agudos) várias vezes, buscando aos poucos uma maior elasticidade que se refletirá em aumento da tessitura vocal e maior precisão na afinação das notas.

DIAFRAGMA E PULMÕES

O diafragma é um grande músculo em forma de cúpula, de concavidade inferior, que separa a cavidade torácica da abdominal. Ele fica abaixo dos pulmões, que são a principal área de ressonância das notas médio-graves.

Quando inspiramos, o diafragma desloca-se para baixo, deslocando a cavidade abdominal e ampliando a cavidade torácica, enquanto os músculos intercostais dilatam as costelas, promovendo uma pressão negativa em relação ao meio ambiente, induzindo-se o ar para dentro dos pulmões, como se fosse uma máquina de sugar instalada na base pulmonar. Teremos então a região abdominal e intercostal dilatadas, o que não deve acontecer com a parte alta do peito, que permanecerá relaxada para facilitar a liberação do ar na expiração.

Nesta etapa, os músculos dilatados agora se contraem, empurrando a parte baixa dos pulmões, expulsando o ar para cima. Durante o ato de cantar, estes músculos devem ficar rígidos, mantendo a pressão nos pulmões para que tenhamos o apoio necessário para manter a voz corretamente colocada, sem ter que buscar força adicional na região da garganta.

Enquanto cantamos, mantemos sempre uma reserva de ar na parte baixa dos pulmões, repondo apenas o ar gasto para a emissão das notas, o que nos dá condições de fazer inspirações curtas entre as frases cantadas. Óbvio que em frases ou notas longas podemos utilizar todo o ar armazenado.

ÁREAS DE RESSONÂNCIA

São as regiões ocas do nosso corpo onde o som se amplifica. As principais são: pulmões (ressoa notas graves e médias) e cabeça (ressoa notas agudas). Na cabeça temos a região nasal, que pode ser usada para realçar os timbres médios e metálicos da nossa voz. É importante lembrar que todo o aparelho respiratório serve como ressonância para os sons, e para manter uma voz sempre brilhante e jovem deve-se buscar as ressonâncias da face.

ARTICULAÇÃO

Para aproveitar da melhor maneira possível as áreas de ressonância (principalmente da face), devemos trabalhar a articulação dos sons. A musculatura da face combinada com o movimento dos lábios e maxilar ajudará a projetar o som para fora, dando mais volume e precisão na dicção das palavras. Além dos exercícios musculares para a face, que vão melhorar a dicção, devemos dar atenção especial ao trato da articulação das vogais, pois este ponto é de vital importância para a boa colocação da voz, explorando as áreas de ressonância e não deixando o som destimbrado e opaco.

A - É - Ó - Sons claros e abertos. Na posição da fala não se pode cantar. Para vencer a extensão das escalas com a emissão perfeita destas vogais, temos que ovalar a boca. Com esta posição o som recua para o fundo da garganta e vibra no palato mole, entrando para a ressonância alta, e projetando-se timbrado.

Ô - Ê - I - U - Sons escuros e fechados. O movimento labial faz com que eles se projetem para frente. Nas notas agudas o maxilar cai deixando a boca ovalada.

Ê - I - Estas duas vogais merecem atenção pois são horizontais, e para se projetarem usamos o sorriso, que os mantém vibrando no mordente até o centro da voz. Para atingir notas agudas, o sorriso permanece, porém a boca vai se ovalando em busca de um som arredondado e bem timbrado.

EXERCÍCIOS

1) Mastigar o m... com som nasal
2) Fazer TRRR... e BRRRR.... até acabar o ar.
3) TRRR... com modulação de som e movimento de lábio
4) Mastigar o m... e soltar as vogais abertas e fechadas - Ex. m... muá , m....muô
5) ECO : muámuámuámuá , muémuémuémué, etc.; com todas as vogais
6) Morder uma caneta ou rolha e contar até 100 articulando bem
7) Fazer com e sem rolha:
a) BDG
b) PTK
c) FSCH
d) GDB
e) KTP
f) CHSF

PERCEPÇÃO

Esta é a área mais intimamente ligada com a afinação, pois diz respeito ao desenvolvimento do ouvido musical.

Qualquer som emitido na natureza é uma vibração, portanto uma freqüência. Notas musicais nada mais são do que freqüências, emitidas de maneira ordenada dentro da faixa de percepção do ouvido humano. Se o ouvido musical não for treinado, o ato de cantar estará seriamente comprometido. Neste caso, vale ressaltar que percepção é basicamente sinônimo de concentração.

Nós trabalhamos com dois tipos de memória: memória fotográfica e memória motor. A memória fotográfica registra os fatos, enquanto a motor simplesmente repete aquilo que registramos. Quanto mais concentrados estivermos no fato, mais facilmente este será incorporado, e mais rapidamente a memória motor estará atuando. Por isso é importantíssimo que na hora de se trabalhar a memória fotográfica o objeto de estudo seja registrado sem erros.

Isto vale não só na percepção, mas também na incorporação da respiração, articulações e técnicas de canto, que devem ser estudadas em períodos curtos e várias vezes ao dia, sempre com regularidade e disciplina, para que surtam efeito. No caso da percepção, os exercícios serão elaborados em cima dos intervalos musicais, dentro da tessitura vocal do aluno. Os vocalizes também ajudam muito nesse processo.

extraido de http://www.musicaeadoracao.com.br/tecnicos/tecnica_vocal/dicas1.htm