“SEXTA ENCANTADA”
Dia 12 de setembro a capela de Santo Antônio acolheu um numeroso público (muitas pessoas não conseguiram entrar) para assistir a apresentação da primeira “Sexta Encantada”. Evento idealizado, promovido e apresentado pelo Roda Viva com apoio da Secretaria de Cultura, sócios da Associação Artística e Cultural Madrigal Roda Viva, Paróquia Nossa Senhora da conceição e Irmandade de Santo Antonio de Queluz.
Para os que lá estavam, uma noite especial. Do altar, a Missa de Emerico Lobo de Mesquita (compositor mulato, filho de português e escrava, nascido na região do Cerro em 1746) ressoava nas imponentes e belas abobadas da Capela, através de um coro integrado por 23 vozes adultas e coro Infanto Juvenil, muito bem alinhados no visual e na sonoridade, acompanhados pela organista Lídia Marzano e o violoncelo de Daniel Enache (primeiro cello da Orquestra de UEMG-BH).
Para o Maestro Geraldo Vasconcelos, o conjunto soube traduzir em espetáculo a série de horas de exaustivos e apaixonados ensaios e assim explorar as nuanças da partitura; e mais: cantamos para uma platéia mais que numerosa, culta e educada, composta por pessoas de diversos segmentos da sociedade. Tanto que no encerramento num gesto incomum, eu e todos os cantores sentimos uma grande vontade de aplaudir “nossa” platéia. E assim fizemos. Completa.
Merece destaque o cerimonial escrito pelo Presidente do Madrigal, o Senhor Luiz Otávio da Silva e conduzido com maestria pela Senhora Mauricéia Ferreira Maia. Entremeio as músicas, oportunas e esclarecedoras intervenções sobre os propósitos de cada canção no contexto litúrgico, nas palavras serenas e firmes do Padre José Maria, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição. Todo esse conjunto expressou notável aula de cidadania, de história da música e dos intrínsecos elementos da fé humana.
O público ainda foi brindado com dois números especiais, oriundos do barroco europeu: “Adágio em Dó Menor” do italiano Benedetto Martello, interpretado com leveza e virtuose por Lídia Marzano e a “Ária em Mi menor” de J. S. Bach que Daniel Enache executou com técnica e paixão.
Para fechar a noite o Madrigal cantou a “Ave Maria” de J. Arcadelt e o “Glória da Missa Afro” do Maestro Carlos Alberto Pinto Fonseca. Segundo Vasconcelos essa é uma composição que mistura o batuque e o samba canção, elementos íntimos da música brasileira a serviço da erudição descomprometida com as convenções da chamada “música clássica”. Esse número contou com o extraordinário acompanhamento de percussão de integrantes do grupo “Frutos da África”.
Ao final, aquela gostosa sensação de que é possível fazer um belo programa cultural sem sair de Conselheiro Lafaiete, fizeram com o público aplaudisse de pé.
O próximo espetáculo será dia 10 de outubro de 2008, às 20:00 horas. E a convidada pé a pianista Lidia Maria de Lana Marzano.
De parabéns diretores, cantores e Maestro do Roda Viva. Atenção empresários, é um bom negócio ser parceiro desse empreendimento, que veio para fazer história. Você que aprecia a boa música, seja um mecena da “Sexta Encantada” e de outros projetos como sócio da Associação Artística e Cultural Madrigal Roda Viva ou ainda parceiro/patrocinador do “X Encanta Lafaiete – Festival Internacional de Corais ... nos caminhos do ouro” que acontecerá no período de 26/10 a 01/11/08.
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