domingo, 24 de junho de 2012

Crônicas de Avelina - Conselheiro Lafaiete




MÚSICA, DIVINA MÚSICA
                                                                         Avelina Maria Noronha de Almeida
                                                                       avelinaconselheirolafaiete@gmail.com


“Os homens passam mas a sua arte fica. É por isso que sempre devemos respeitar qualquer tipo de arte, pois a arte não limita a vida; ela a transcende.” Pensei nesta frase de Clóvis Pécios lembrando o XII Encanta Lafaiete, uma realização do ilustre maestro Geraldo Vasconcelos e sua encantadora equipe, com apresentação dos seguintes corais: Cantata do “Colégio Nossa Senhora de Nazaré”, Roda Viva e Coro Municipal de Conselheiro Lafaiete-Infanto-Juvenil; Tom Maior, de Mariana; Cobra Coral, de Maringá, PR; Canarinhos, de Itabirito: BDMG, de Belo Horizonte; e Vocacional Cardona, do Uruguai, cantando músicas cujos consagrados autores há tanto tempo já na existem, porém suas composições musicais volteiam pelo espaço que nos envolve e nos encantam pela beleza. É o poder transcendental de que nos fala o artista plástico. Mágica? Mistério? Milagre? Uma coisa é certa: estamos diante da grandeza do Criador e dos dons que ele concedeu às suas criaturas.
Aliás Conselheiro Lafaiete está ficando cada vez mais uma cidade musical, manifestando essa vocação em seus  corais e conjuntos de alto nível artístico, nos festivais, nos cultos das diversas religiões, nas escolas, nos encontros sociais, em restaurantes, em eventos cívicos, enfim, praticamente em todas as e reuniões sociais. Só não são hoje ouvidas – que pena! – como nas ruas antigamente sossegadas, as serenatas românticas, bem como as cantigas de roda, coisas que ficaram no passado.
Para o Maestro Geraldo Vasconcelos, o canto coral nos qualifica enquanto seres humanos, pilares de uma sociedade harmônica. É uma frase muito profunda e merece ser meditada.
O XII Encanta Lafaiete este ano homenageou a professora e acadêmica Lêda Maria Augusta Vieira de Faria, que sempre gostou de cantar com os alunos das escolas que são beneficiadas com seu trabalho. Há algum tempo, Leda escreveu um poema, exaltando a música, em homenagem ao Madrigal Roda Viva, que colocou o poema em seu site. Um regente espanhol de Bolonha, Cesar Zumel, viu a obra de Lêda no site, ficou encantado e comunicou-se com o Maestro Vasconcelos dizendo que, ao ler o poema, já sentia a música. Pedia permissão para traduzi-lo para o espanhol e musicá-lo, compondo uma bela peça musical.
Vejam os primeiros versos do poema “Música, Divina Música”:
“Eu vos bendigo do fundo de minh’alma, / música, divina música. Voz de todos os povos. / Linguagem de todas as raças.  / Um reflexo do paraíso.”  
Peço licença ao amigo latim, com que sempre finalizo os artigos, para ceder hoje o seu lugar para seu parente, o idioma espanhol, apresentando a tradução feita por Cesar Zumel:
“Yo te bendigo desde el fondo de mi alma, / Música, divina núsica./ La voz de todas las personas. / Lenga de todas las razas. / Uma visión de paraíso.” 

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